“Bons artistas copiam, grandes artistas roubam.” – Picasso (*)
“Você é um hippie ou um nerd?”
Carta aberta aos colegas do curso online de Stanford (Empreendedorismo em Tecnologia, BWS – Business World Strategy Group – 2013).
Gostaria de compartilhar com vocês sobre minha nova empresa, que acredito incorporar algumas das ideias discutidas em nosso grupo BWS.
Nosso objetivo é nos tornar uma empresa que desenvolve software e fabrica equipamentos no Brasil.
Temos um acordo com um parceiro da China para desenvolvimento de tecnologia e atuação como representante comercial no Brasil e em toda a América Latina.
A marca:
Fiz uma fusão e adaptação entre o nome da empresa sugerido por Yan e a marca criada por Raul, além da ideia de “well safe” trazida por investidores e amigos. Acrescentei minha visão e a síntese, em três palavras, da fronteira da ciência e tecnologia no século XXI: Bits, Genes e Átomos.
Bits: a evolução da engenharia eletrônica.
Genes: a evolução da biologia e da engenharia genética.
Átomos e Moléculas: a evolução da engenharia química.
Você pode dizer que é uma visão limitada, talvez seja, e não vejo problema nisso, porque “o futuro é incerto… mas essa incerteza está no cerne da criatividade humana”. Mas deixe-me ser claro: essa é a minha visão, e eu a sustento.
Como digo na conclusão da carta de apresentação da empresa: (…). Acreditamos e aplicamos na prática, como princípio, a tecnologia mais sofisticada do universo: os relacionamentos humanos.
Gostaria de agradecer a todos vocês e fazer um agradecimento especial a Raúl Peralta Diaz e Yan Franzini.
Ao Yan, porque foi a partir de “BWS – Business World Strategy” que comecei a adaptar o nome da minha empresa.
E ao Raúl, porque sua criação e design foram uma grande fonte de inspiração para mim.
Meus melhores votos a todos,
Oswaldo Conti-Bosso – Engenharia de ideias e relacionamentos humanos
Oswaldo Conti-Bosso
PS: (*) Entrevista de Steve Jobs, 1995 (parte 1/5):
Tradução livre do discurso:
(…) No fim das contas, tudo se resume a gosto. Trata-se de tentar se expor ao que há de melhor que os seres humanos já criaram e, então, trazer esses elementos para aquilo que você está fazendo.
Picasso costumava dizer: “Bons artistas copiam; grandes artistas roubam.”
Sempre tivemos, você sabe… Eu não tenho o menor pudor em roubar grandes ideias. E acho que parte do que tornou o Macintosh grandioso foi o fato de que as pessoas que trabalharam nele eram músicos, poetas, artistas, zoólogos e historiadores, que também aconteciam de ser os melhores cientistas da computação do mundo.
Mas, se não fosse pela ciência da computação, essas pessoas estariam fazendo coisas incríveis em suas respectivas áreas. E elas trouxeram consigo – todos nós trouxemos para esse projeto – uma forte influência das artes liberais.
Tínhamos uma mentalidade voltada para as artes liberais, onde queríamos polinizar este campo com o melhor que vimos em outras áreas. E eu acho que você não consegue isso se tiver uma visão muito limitada…
– Outra pergunta que fiz a todos nesta série foi: você é um hippie ou um nerd?
Ah, se eu tivesse que escolher entre essas duas opções, com certeza seria hippie. E, na verdade, todas as pessoas com quem trabalhei também se encaixavam claramente nessa categoria.
Mas pense bem: o que é um hippie? Essa palavra tem muitas conotações, mas para mim… Eu cresci vendo tudo isso acontecer. Precisamos lembrar que os anos 60 continuaram nos anos 70, certo? Quando eu era jovem, vi muita coisa acontecer bem aqui no nosso quintal.
Para mim, a essência disso era a ideia de que existe algo além do que vemos todos os dias. Há algo acontecendo na vida além de apenas um trabalho, uma família, dois carros na garagem e uma carreira. Existe algo mais, um outro lado da moeda, sobre o qual não falamos muito.
E, às vezes, conseguimos vislumbrar isso nos momentos de desordem, quando há uma “brecha” na realidade estruturada. Algumas pessoas buscaram esse significado ao longo da história – fosse através de papéis sociais, fosse em místicos indianos, ou em qualquer outra coisa. O movimento hippie captou um pouco dessa busca. Eles queriam descobrir o que era isso.
Eles sentiram que a vida não era apenas aquilo que viam em seus pais. O pêndulo acabou indo longe demais, e tudo ficou um pouco louco, mas havia algo genuíno ali. É o mesmo instinto que faz alguém querer ser poeta em vez de banqueiro. E eu acho isso maravilhoso.
Acredito que esse mesmo espírito pode ser incorporado em produtos, que podem ser fabricados e entregues às pessoas, carregando esse sentimento. Se você conversar com quem usa um Macintosh, verá que essas pessoas amam o produto. E não é comum ouvir alguém dizer que ama um produto.
Mas você pode sentir isso. Havia algo realmente especial ali.
A maioria das melhores pessoas com quem trabalhei não lidava com computadores apenas pelo prazer de mexer em computadores. Elas trabalhavam com computadores porque viam neles um meio – o melhor meio disponível – para transmitir um sentimento, algo que queriam compartilhar com os outros.
Isso faz sentido para você?
Antes desses dispositivos existirem, todas essas pessoas faziam outras coisas. Mas os computadores foram inventados e, de repente, todas essas pessoas perceberam: “Ei, esse é o meio pelo qual posso expressar algo.”
